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"Quando começamos a verter nossos pensamentos em palavras e frases tudo fica à deriva"
(Marcel Duchamp)
os anos de formação do poeta
andré fernandes na zona centroeste da grande-são-paulo-veredas deram na lira desvairada de seu primeiro livro, "
deriva" (hedra, 2007), série de brevíssimos poemas que se combinam na forma de um discurso lírico e lúcido, dedicado a traçar um trânsito em ziguezague do macrocosmo da megacidade - "
cidade-edifício" (p. 50), "
cidade / desentendida" (p. 53) - aos microcosmos da rua, do beco e da viela, onde passeiam personagens característicos ("joão e maria", "a síndica do prédio", etc.) e elementos recorrentes (a "
massa de gases" do sol visto através da poluição, por exemplo)