TERCEIRA JORNADA
de pára-quedas caio no colóquio de literatura baiana, na academia baiana de letras. assisto apresentações de trabalhos de estudantes universitárias: "o melhor de anísio: retratos do recôncavo baiano na produção literária de anísio melhor", de ionã carqueijo scarante (aluna da uneb), "a lírica de ruy espinheira e suas interseções", de antonia torreão herrera (ufba) - com o poeta "in presentia" - e "poesia e prosa de arthur de salles sob análise textual", de rita de cássia ribeiro de queiroz (uefs) e maria da conceição reis teixeira (uneb).
dentro da programação da 28ª edição do curso castro alves, a professora edilene matos (puc-sp) apresenta a palestra "castro alves ao som da viola: folhetos, cantores e cantadores", sobre a recepção não-acadêmica à obra do vate grapiúna (1847-1871), citando exemplos em paródias, sambas-enredo de carnaval, literatura de cordel, discografia da música popular brasileira. na literatura de cordel, o ciclo biográfico castroalvino começa com "a vida de castro alves" (1947), do alagoano rodolfo coelho cavalcanti, que a pesquisadora considera o folheto mais antigo a versar a trajetória do poeta baiano. outros poetas que cantaran castro alves: patativa do assaré, cuíca de santo amaro, francisco das chagas batista e jorge de lima ("castro alves - vidinha", 1952). para edilene, castro alves foi um "poeta muito próximo da oralidade espontânea dos cantadores repentistas e poetas de bancada", o que pode explicar a escolha de seu nome como patrono da ordem brasileira dos poetas da literatura de cordel, fundada por rodolfo coelho cavalcanti na década de 1960.