Com as patas para cima,
a barata feminina
sossega, extenuada,
após erótica batalha
com uma barata macha
que de tal jeito abraçou-a,
que quase deixou-a sem ar,
toda machucada.
Ela suspira e relaxa
para recompor as forças,
seu acre suor sobressalta
cheiro de coisa morta.
A barata se mantém deitada,
casca rachada no chão,
aparência podre, exausta,
mero corpo em decomposição.


A filha do imperador que
foi morta em Petrolina,
por Wladimir Cazé; folheto de cordel;
Edições K, volume 1, 26 p.,
R$ 2 (com o autor); R$ 5 (pelo correio).
Ilustração: Roney George
Diagramação: Albano M. Ribeiro

