Lupeu Lacerda alterna 47 micropoemas de versos curtos e 36 prosoemas no livro de estréia "
Entre o alho e o sal" (Kabalah Editorial, 2007), anotações líricas de linguagem pop ("
sol sonrisal derretendo o rio", as figuras de donald e tarzan, o refrão de "
estoura o piano", ps. 126-70), nas quais cartas de baralho e peças de xadrez ("
reis", "
peões", "
rainha" "
torre", "
cavalos", "
valete de espadas") contracenam em uma cidade arquetípica, indefinida no tempo-espaço ("
a cidade é sempre outra / na mesma", p. 119; "
a cidade de concreto / desmorona/ como um castelo de cartas", p. 31), onde circulam "
vampiros" que têm "
uma floresta inteira escondida / debaixo do sapato, / do asfalto, do pé" (p. 82) e onde a percepção se adapta ao horizonte turbo-urbano ("
microtela da memória", p. 8; "
as caras slow motion do metrô", p. 14)