Silva horrida - Guia de cidades

DESCRIÇÃO PRÁTICA E POÉTICA DO TERRITÓRIO OCUPADO

Wednesday, May 20, 2009

POESIA E ROCK NO RIO VERMELHO: sábado, 30 de maio, às 19h, na Midialouca


O trio punk rock Pastel de Miolos, o poeta Nelson Magalhães Filho e o quinteto de escritores Corte (Katherine Funke, Gustavo Rios, Sandro Ornellas, Lima Trindade e Wladimir Cazé) apresentam um "rockcital" (quase-recital de poesia e rock) na Midialouca do Rio Vermelho, no sábado, 30 de maio, às 19h. No show, a energia e a sonoridade pesada da Pastel De Miolos se somam à modernidade urbana da literatura baiana contemporânea. A entrada é franca.

Os autores do Corte abrem a sessão com inserções literárias entre as canções próprias e clássicas do rock nacional e estrangeiro pinçadas do vasto repertório da Pastel De Miolos. Depois, o contista Diogo Costa, segundo convidado da noite, também contracena com o som da banda. Por fim, o poeta e artista visual Nelson Magalhães Filho entra no palco da Midialouca, com sua poesia e visceralidade inatas, para uma jam session com acompanhamento dos músicos.

O show também terá a participação de algumas figuraças do rock baiano: Jair (Declinium), Elmo (Opus Incertum) e Rodrigo Rocha (The Black Mountain Group). Além de composições da Pastel de Miolos, constam no setlista da noite covers como "Who loves the sun" (Velvet Underground), "Here comes your man" (Pixies), "Break on trough" (The Doors), "Até quando esperar" (Plebe Rude), "Redemption song" (Bob Marley) e "Guns of Brixton" (The Clash), entre muitas outras.

Os "rockcitais", encontros entre literatura e rock, vêm sendo apresentado pelos cinco escritores do Corte e três músicos da Pastel De Miolos desde o ano passado, sempre com escritores convidados. CDs da banda e livros dos autores estarão à venda no evento.

Quase-recital Corte + Pastel de Miolos
30 de maio de 2009 (sábado)
às 19h
Midialouca (R. Fonte do Boi, 81, Rio Vermelho, Salvador/BA)
Com: Pastel de Miolos + Sandro Ornellas + Katherine Funke + Gustavo Rios + Lima Trindade + Wladimir Cazé + Nelson Magalhães Filho + Diogo Costa

Tuesday, May 19, 2009

A nova geração da literatura de cordel em Salvador (BA) foi tema da reportagem "Com a corda toda", da jornalista Claudia Lessa, publicada no Caderno 2, do jornal "A Tarde" (Salvador/BA, 17 de maio de 2009). Dou opiniões em vários parágrafos do texto - por exemplo: "Hoje, um folheto de cordel pode ser considerado multimídia, igualmente ao hip hop, pois envolve texto, música e arte gráfica, além da performance teatral do cordelista-recitador" (segundo parágrafo). Para ler a reportagem, basta clicar na imagem abaixo:


pós-escrito em 21 de maio
: a notícia acima foi replicada pelo Poesia hoje - Agregador da poesia contemporânea, um blogportal excelente, que merece ser acompanhado

Tuesday, May 12, 2009

"(...) Eu vou ler um trecho do texto 'Saga e-zine', uma novela. (...)"



Texto: Patrick Brock ("Intro" da novela "Saga e-zine", do livro "Velhas fezes", Edições K, 2004)
Música: Guilherme Darisbo (guitarra), Duo HoffParu (violões)
Voz: Wladimir Cazé
Filmado na Palavraria, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, em 9 de maio de 2009.

Friday, May 08, 2009

próximos capítulos

(clique nas imagens para ampliar)

Feira Arteira
16 e 17 de maio de 2009 (sábado e domingo)
das 9h às 18h

Largo da Ribeira (Salvador/BA)

Com: Antonio Barreto, Jotacê Freitas, Creusa Meira, Wladimir Cazé, Pardal do Jaguaripe, Davi Nunes, Carlos Alberto Lima e Osmar Machado Júnior. Exposição de folhetos de cordel, bolsas, toalhas, bordados, cartões, acessórios de beleza, colares, brincos e outros produtos artesanais

Quase-recital Corte + Pastel de Miolos
30 de maio de 2009 (sábado)
às 18h

Midialouca (R. Fonte do Boi, 81, Rio Vermelho, Salvador/BA)
Com: Pastel de Miolos + Sandro Ornellas + Katherine Funke + Gustavo Rios + Lima Trindade + Wladimir Cazé + Nelson Magalhães Filho + Diogo Costa


Tuesday, May 05, 2009

A 2ª edição de meu primeiro trabalho publicado, o cordel "A filha do Imperador que foi morta em Petrolina", já circula desde a 9ª Bienal do Livro da Bahia, que aconteceu na segunda metade de maio. Com capa em papel marrom (em vez de amarelo), mesma ilustração (de Roney George), mesmo selo Edições K e suaves modificações do texto, o livreto está à venda exclusivamente nas duas lojas Midialouca, em Salvador (Pelourinho e Rio Vermelho) ou com o autor, via email-correios (wladimircaze@gmail.com).

"A filha do Imperador que foi morta em Petrolina" será agora lançado em Porto Alegre/RS, no evento abaixo, todos estão convidados:

LA HIJA DEL EMPERADOR ASESINADA EN PETROLINA
Dia 9 de maio, sábado, 19h
poesia + música de improvisação livre
Com Guilherme Darisbo (guitarra elétrica e leitura) + Wladimir Cazé (leitura) + Duo HoffParú (Nativo Hoffmann e Nanã Paru Quintela, violões)
Palavraria Livraria-Café, Vasco da Gama 165, Porto Alegre

Na Praia de Atalaia (Aracaju), estátua do jurista sergipano Gumercindo Bessa compulsa os crimes de José de Torquato Prado Jumento e Crispiniano Torquato Prado conforme estão descritos em "A filha do Imperador que foi morta em Petrolina"

"O ar das cidades", de Sérgio Alcides (2000)

"O ar das cidades", de Sérgio Alcides (Nankim, 2000), é um ensaio em versos sobre transitoriedade e memória - referida como "recordação" (ps. 18, 67), palavra etimologicamente derivada do radical latino "cordis", "coração", imagem poética reincidente ao longo da obra (ps. 21, 30, 58, 66). Nos 44 poemas e três seções do livro ("Suíte", "O ar das cidades" e "Apartamentos"), tempo e morte, temas fundamentais na poesia de qualquer época, são sistematicamente explorados sob diversos ângulos, no contexto do desencanto com o cotidiano que marca a cultura infoglobal. A ambiência metropolitana e o estilhaçamento composicional são o cerne tradicional modernista a partir do qual Alcides movimenta uma "maquinaria" (p. 20) de êxito incerto, mas que "não arrebenta" e é capaz de desmecanicizar a percepção: "Mal consigo ler / a cidade no meio das letras / (...) // Há muitos destroços / de palavras e luzes, (...) / cobrindo o coração. // (...) // Se houver um desabamento / o poema ficará no ar / (...) // (...) Mas os letreiros, não." (ps. 30-31). Este poema, intitulado "Um 'slide'", manifesta uma concepção do texto como veículo para novas visões ("Ponho este poema - um / slide - deitado na linha do horizonte"), atitude evidente em imagens como o "tapa-olho" (p. 20), o olho que "não era de vidro" (p. 32), os "óculos escuros" (p. 33), o "olho na câmera lenta" (p. 67) ou no poema "Televisão à janela: parapeitos" (p. 55). O gesto insurreicional contra a ordem constituída também sustenta o interesse dos textos por serem eles convites a que o leitor participe de sua elaboração, instando-o a lê-los como ocorrências de linguagem que aludem à dialética entre precariedade e integridade subjacente à relação do homem com o mundo (o próprio "Um 'slide'", o imperativo "se espete" do poema "Vodu", o poema "Jogo dos sete erros") ou que tangenciam a reflexão política ("se não invadirmos o passado / como diremos que é nosso?", p. 41). O sujeito poético circula entre as ruínas do espaço público com uma voz oblíqua, composta dos resíduos que vai encontrando em seu trajeto: o "velho cheiro" (p. 17), "a frasqueira onde viaja / o remédio" (p. 23), "o cavalo em pedaços" (p. 29), as partículas sonoras da "Valsa de uma cidade" (p. 38), o "fio caído" da fantasia genética de "Hello Dolly" (p. 60), "um fio de cabelo a mais (ou menos)" (p. 61), "um fio a menos" (p. 62). Porém há sinais de que não é possível reconstruir uma apreensão plena da realidade: "Suponho que tem um coração (e erro)" ("Um 'slide'", p. 30), "Não vejo maravilha" ("Não Vermeer", p. 54), "Não conheço restauração / nem laboratório de recomeço" ("Arruína", p. 62). A estrutura geral do trabalho é circular, cenas e episódios girando em torno uns dos outros e abrindo, por efeito cumulativo, um terreno movediço para o discurso de Sérgio Alcides se instalar. Em 2007 "O ar das cidades" teve uma segunda edição, eletrônica, gratuita, oferecida pelas Edições Quem Mandou? e acrescida de quatro poemas ("Candeias", "Cama de gato", "Sonhos" e "Graças").

pós-escrito em 18 de maio: as anotações acima foram publicadas na edição de maio de 2009 da revista virtual de cultura literatura Verbo 21.