Silva horrida - Guia de cidades

DESCRIÇÃO PRÁTICA E POÉTICA DO TERRITÓRIO OCUPADO

Saturday, April 10, 2010

LIVRO NOVO, BLOG NOVO

atualizem seus marcadores, feeds, etc.:

meu novo endereço é
www.wladimircaze.blogspot.com
(em construção)

Foram mais de 5 anos no ar, registrando passo a passo minha caminhada literária. Porém limitações técnicas da plataforma google+blogspot me impediam de atualizar o template do Silva horrida. A partir de agora, postarei meus comentários sobre livros, viagens, leituras, lugares e outros assuntos num blog mais organizado, com links para textos, vídeos, áudios e outras atividades que venho realizando.
Visite Macromundo!

Thursday, April 08, 2010

Próximos lançamentos de "Macromundo": Porto Alegre/RS e Vitória/ES



PORTO ALEGRE/RS:
24 de abril, sábado
10h
na Letras & Cia (Osvaldo Aranha 444, Bom Fim)
Com Bárbara Lia e Laís Chaffe
(Evento integrante da programação do Festipoa, de 20 a 25 de abril -
programação completa)




VITÓRIA/ES:
20 de maio, quinta-feira
20h
na ADUFES (Campus da UFES)
Com Alexandre Moraes, Casé Lontra Marques e Alexander Nassau

[ breve mais novidades ]

Sunday, April 04, 2010

O grande marco visual incorporado na paisagem de Vitória durante a década de 1980 foi a terceira ponte de ligação entre Vitória e Vila Velha. (...) A visualização da cidade do alto possibilitou a identificação de alguns elementos importantes do sítio físico de Vitória como os afloramentos rochosos (...).” (Letícia Beccalli Klug, em “Vitória: Sítio físico e paisagem”, p. 57)

A vista de Vitória através dessa ponte desvenda quase todos os elementos naturais da ilha. A sua altura permite visualizar, à esquerda, todo o desenho da baía e de suas ilhas, além de ver ao fundo as montanhas do interior. A relação entre o mar e os morros fica bastante clara para quem trafega pela ponte.” (id., ibid., p. 69)

Desde a sua fundação, a cidade sempre dependeu do mar para se relacionar com o meio externo. Sua presença na imagem da cidade e na identidade da população é muito intensa, por ser uma paisagem consolidada ao longo de cinco séculos. A vista da paisagem natural da ilha é completada pela presença de cadeias montanhosas como a do Moxuara, no município de Cariacica, e a do Mestre Álvaro, no município da Serra. Essas paisagens refletem bem a característica da natureza capixaba: a vista do mar é sempre complementada por montanhas ou morros ao fundo.” (id., ibid., ps. 70-71)

Vista aérea da Baía de Vitória (à esquerda), com a ilha de Vitória
(centro) e a Baía do Espírito Santo (à direita)



Vitória: Sítio físico e paisagem”, de Letícia Beccalli Klug (Edufes, 2009), é um estudo das transformações operadas sobre o meio natural durante o processo histórico de construção da paisagem urbana da capital capixaba, fundada em 1551, na maior das 34 ilhas do arquipélago de Vitória, e que ocupava inicialmente uma estreita faixa entre a Baía de Vitória e o Morro da Fonte Grande: os sucessivos aterros que multiplicaram em várias vezes sua área (concluídos nos anos de 1812, 1819, 1830, 1860, 1925, 1941, 1952, 1960 e 1975); a expansão no sentido leste e norte, com a abertura de bairros planificados; e a disseminação descontrolada de edifícios de grande porte, que alterou radicalmente a percepção visual da complexa composição original de morros, matas, mangue, mar e ilhas.

Veja fotos de Cacá Lima produzidas para o livro de Letícia Klug

Foto de abertura do post extraída do link http://img167.imageshack.us/i/1232302ti8.jpg/

Saturday, April 03, 2010

Jardim da Penha, Vitória, Espírito Santo


foto do Jardim da Penha: Edson Reis (clique na imagem para ampliá-la: no alto, à direita, o Aeroporto de Vitória; no alto, à esquerda, o campus da Universidade Federal do Espírito Santo; na lateral direita, a praia de Camburi)



A leste do sítio universitário, depois de cruzada a Av. Fernando Ferrari, encontrava-se localizado desde então o bairro de Jardim da Penha. Em dezembro de 1970 havia o traçado de aproximadamente oitenta por cento deste, mas, apenas, para efeito de vendas de lotes. Oitenta por cento do bairro, a grosso modo, eram ocupados pela vegetação de restinga. As ruas projetadas pareciam mais caminhos que vias públicas, todas sem qualquer espécie de calçamento. A vegetação avançava pelas ruas ainda projetadas e ocupava grande parte do interior dos lotes. As praças que hoje existem eram apenas áreas demarcadas para suas futuras destinações. (...)” (ps. 23-24)

Jardim da Penha ainda não se constituía em um núcleo nem muito menos em bairro residencial digno de ser assim chamado, tão limitado era o número de suas construções. E, naturalmente, inexistiam casas comerciais ou qualquer estabelecimento público. A mais antiga construção de todo o bairro é simbolizada pelos armazéns do Instituto Brasileiro do Café (IBC) (...) inaugurado em 1961. (...)” (ps. 24-25)

Em Jardim da Penha havia dessa mata [de restinga] cobrindo quase cinqüenta por cento do bairro, mesmo levando-se em consideração que já havia empresas de loteamento operando desde há muito tempo ali. Essa paisagem tinha continuidade até a sétima quadra, indo da praia para o interior do bairro. (...)” (ps. 25-26)

“(...) A febre de construções (...) ainda continua nessas paragens características de classe média. A princípio, conjunto de casas residenciais, depois, conjuntos de edifícios residenciais, em seguida, edifícios isolados de melhor acabamento e apresentação e casas de bonitas fachadas. Finalmente, bares, lojas, supermercados, enfim, tudo o que um bairro necessita para sua vida própria. (...)”(ps. 32-33)

Ricardo Brunow Costa, em “Expansão urbana da área Norte de Vitória – 1970/87” (Centro Cultural de Estudos e Pesquisas do Espírito Santo, 1989)


Leia + sobre o Jardim da Penha neste outro post do Silva horrida, de novembro do ano pasado.